segunda-feira, janeiro 29, 2007

É goleada ... 5 x 0 na "Coisa", 1976

Olá, amigo Coral.

Como disse no post anterior, coloco esse jogo no blog já com um grande texto de Enildo Lemos. Vencer o Sport, ou a "Coisa", é sempre muito bom, mas vencer enfiando um chocolate de 5 x 0 é melhor ainda. Nesse jogo eu não tava não. Só começei a ir para campo em 1978. Será que você tava por lá ? Se sim, conte pra gente como foi a sus história daquele jogo. Ela também faz parte da história do Clube.

Em breve, mais jogos, também enviados em 2001 para o site. Tem jogo de 1999, 1990, 1977, 1975 e até um da década de 50. Aguardem !

Saudações Corais,
Valter Azevedo

9 Comments:

At 11:41 PM, Anonymous Anônimo said...

Relato o que para mim foi um dos momentos mais felizes na minha trajetória de torcedor do Santa Cruz:

Transcorria o mês de maio/76, e a torcida tricolor estava meio "ressabiada" com a campanha do time no pernambucano daquele ano. Após a ressaca da brilhante campanha do Brasileirão de 75, no qual só não fomos para a final por conta de um juiz mau caráter que beneficiou explicitamente o Cruzeiro em pleno Arrudão, o Santa Cruz inicia o ano de 76 sem três titulares absolutos: Fumanchu tinha retornado ao Vasco, Pio aceitou uma proposta melhor do Grêmio Maringá (retornaria no meio do campeonato), e Ramon fôra vendido para o Internacional-RS, isso sem falar que Mazinho, o "Deus de Ébano" estava no estaleiro por causa daquela entrada criminosa de Júnior, do Flamengo, quando eliminamos eles das semifinais do brasileiro em pleno Maracanã. Para o lugar de Fumanchu, trouxemos de volta Betinho (que nunca acertou no Náutico), numa troca envolvendo o ex-juníor Zé Maria; para o lugar de Ramon, efetivamos Nunes, que era reserva em 75, mas demonstrava ter um grande potencial, para o lugar de Pio, promovemos o júnior Santos, ponta-esquerda titular da seleção olímpica, e para o lugar de Mazinho, foi efetivado Vôlnei, jogador que na temporada passada sempre "deixava o seu" quando entrava, sem falar na sua exuberante técnica.

Na quarta-feira que antecedia o domingo (dia das mães), o Sport havia aplicado uma sonora goleada no Íbis, e liderava isoladamente o 1o. turno, com o Santa
Cruz não passando de um empate sem gols com o América, estando naquele instante, a 01 ponto do líder, e no domingo teríamos justamente o primeiro confronto entre ambos no campeonato. (vale ressaltar que o goleiro do Sport estava "zerado" e todos diziam que, uma vez desfeito o ataque do ano anterior, o Santa Cruz não teria condições de fazer gols na "Muralha da Ilha" . A torcida tricolor prontamente se mobilizou e garantiu o prêmio de, na época Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros), para quem fizesse o "gol desabafo").

Na época morávamos em esqueira, mas no domingo, logo cedo, meu Pai, juntamente com toda a família foi passar o dia em Moreno, onde morava uma irmã da minha mãe. Sugeri logo na saída: Se estamos tão perto porque não aproveitamos e vamos para o jogo? Apesar dos protestos da minha mãe e  irmãs, e para a felicidade minha e do meu irmão, a sugestão foi aceita de imediato, e logo após o almoço, fomos juntamente com um primo ao Arruda (na passagem ainda pegamos um tio, irmão de meu pai, e um amigo dele).

Chovia. O tempo estava horrível, os rubro-negros eufóricos com a campanha diziam que só iriam começar a contar após o 2o. gol, mesmo assim éramos a maioria no estádio (prá variar). Não houve preliminar para não prejudicar ainda mais o gramado. Os times entram  em campo: Santa Cruz: Picasso, Carlos Alberto Barbosa, Levir, Lula e Pedrinho, Givanildo, Carlos Alberto Rodrigues e Vôlnei, Betinho, Nunes e Santos, o Sport: Toinho, Aranha, Assis,
Silveira e Cláudio Mineiro; Cacau, Assis Paraíba e Miltão; Amilton Rocha, Dario e
Lima.

O Juiz apita o início do jogo: O Santa Cruz bate o centro e parte prá cima: ilveira, acossado por Nunes, tenta se garantir botando prá escanteio. Betinho bate, a defesa alivia e a bola sobra limpa para Assis Paraíba, Nunes parte prá cima e ele tenta recuar para o goleiro, com o gramado pesado, a bola não toma
a velocidade desejada e Nunes, rápido como um raio toca por baixo de Toinho: Pronto! Com 1 minuto e meio de jogo, marcamos o "gol desabafo". Caía a invencibilidade da até então melhor defesa do campeonato. O Arrudão veio abaixo.

O Sport dá nova saída, o jogo fica truncado, o Santa Cruz agora passa a explorar  a velocidade de Santos e Nunes nos contra-ataques, e o Sport desesperado tenta furar o bloqueio tricolor (numa dessas investidas Dario maldosamente machuca Picasso, que sai para a entrada de Gilberto), sem no entanto obter sucesso. O jogo se arrasta tenso, nervoso, tudo podia acontecer.  
Aos 35 minutos, Vôlnei aproveita um passe de Betinho, passa por Assis e fuzila Toinho mais uma vez: Santa Cruz 2 x 0. O Sport se desespera, parte desordenadamente para a frente, Santos ainda perde outra chance num contra-ataque rápido. O Juiz apita e termina o primeiro tempo. A torcida festeja.

O Arruda é uma festa só. Começa o 2o. tempo e um susto: logo aos 03 minutos Lima marca, mas o juíz, acertadamente anota o impedimento. Protestos, Amarelo  
prá Lima e Dario, a torcida festeja, aquela altura dava para prever que aquela partida estava ganha. Mas o melhor estava por vir: 12 minutos do segundo tempo, Carlos Alberto  Rodrigues lança da intermediária, Vôlnei (na melhor
partida que o vi jogar no Santa Cruz), dá um drible de corpo e deixa a dupla de zaga Assis e Silveira falando sozinhos, leva a Bola, passa por Toinho e faz 3 x 0. Um resultado que ninguém podia supor. Aquela altura o Sport estava igual  
a uma barata tonta. Só dava Givanildo e  Carlos Alberto Rodrigues no meio campo. Dario tenta provocar Givanildo puxando seu cabelo, o baixinho se volta e calmamente passa a mão na cara do "peito de aço", a galera delira. 30 minutos, nova troca rápida de passes, a bola sobra na entrada da área para Carlos Alberto Rodrigues que solta a "bomba": A bola explode no peito de Silveira e trai Toinho: 4 x 0. No lugar de dia das mães, estávamos participando do 
carnaval tricolor fora de época!

Os 4 x 0 foram demais para Dario que "cavou" sua expulsão, aí o Santa passou a dar olé, deixando atônita a tão propalada "seleção do nordeste", que passou a apelar para faltas violentas, mas nem para isso eles tinham competência. Resultado: Bola com Vôlnei, que ganha da zaga na corrida e ... GOL, 5 x 0, era
bom demais, a chuva no céu e a chuva de gols no campo. No final do jogo, meu primo César, ainda consegue lembrar-se de uma frase do meu tio Nilvan,
provocando os torcedores do Sport que se dirigiam ao Arruda: "Bem que o Sr. falou que aqueles rubro-negros iriam voltar prá casa com a bandeira enrolada em baixo do braço: dito e feito" .

Eu, do alto dos meus doze anos, já tinha consciência que nunca iria me esquecer daquele dia e profetizava: Esse ano não vai ter prá ninguém! o título já é nosso! Só não poderia prever que aquele (1976) seria o ano do nosso bi-supercampeonato, naquela final memorável com o Náutico, mas isso já é outra história...

(texto enviado para o www.santacruz.esp.br em 2001)

 
At 1:52 AM, Anonymous Anônimo said...

Não estava lá porque eu nasci em novembro de 1976. Já tinha ouvido falar desse jogo, entretanto não tinha tido o privilégio de ouvir um depoimento tão bacana. Parabéns!

1976: Bi-Super Campeão, 5X0 na coisinha... Tinha como não ser Tricolor nascendo nesse ano?

 
At 3:58 AM, Anonymous Anônimo said...

Tenho o meu relato sobre outro jogo.

Jogo Histórico-Sampaio Correa 1x2 Santa Cruz (99)
Era a última rodada da Série B de 99. Rodada de alívio para a torcida tricolor, pois o Santa havia eliminado as chances de rebaixamento justamente na partida anterior, no empate por 0x0 com o São Caetano, no Arruda. Mas, O Mais Querido chegava ao Maranhão com, pasmem, chance de se classificar entre os oito. Me lembro que quando deixava o Arruda após a partida contra o São Caetano, num dia de semana, à noite, meu pai escultava o rádio (Clube, acredito), no qual o plantoninsta Mané Queiroz disse aos demais colegas que o Santa tinha chances matemáticas. Todos puseram-se a rir: "Já tá bom demais não ser rebaixado", deve ter dito um. Quem poderia acreditar que um time que não havia vencido fora de casa (eram 8 derrotas e um empate até então com 18 gols sofridos 2 gols marcados nesses 9 jogos), que teve três treinadores e tantos jogadores diferentes se classificaria. Realmente, escapar do rebaixamento já tinha sido muito bom, e mesmo porque para conquistar a classificação era necessário várias combinações de resultados. O Santa estreou na competição contra o Ceará, no Arruda com: Marcelo, Arley, César, Eleomar e Rubem: Biliu, Marcílio, Mancuso e Toninho; Camanducaia e Marcelo Fumaça; Téc.: Otacílio Gonçalves. Contra o S. Caetano foi: Nilson, Arley, Tinho, Janduir e Marquinhos; Marcílio, Renato Carioca, Marcelinho e Márcio Allan; Valdomiro e Marcelo Fumaça; Téc.: Nereu Pinheiro. Portanto, eram 8 mudanças no time, sem falar nos técnicos, já que Artuzinho antecedeu Nereu. Uma coisa que me marcou muito foi o Globo esporte da semana do jogo, eles não colocavam o Santa como candidato à vaga. Pois bem, o Santa chegava à última rodada em 10° a dois pontos do 8°, que era o Ceará. o Ceará pegava, em casa, o Xv de Piracicaba, que era o 7°, um empate matava o Santa e os cearenses ganharam por 2x1. O próximo a secar seria o CRB, que estava em 9°, com 29, e bastava uma vitória, com o Rei Pelé lotado, para se classificar. O Remo era o adversário, que para fugir do rebaixamento só a vitória interessava. O jogo terminou 2x1 para o Remo, mas não sem uma intensa pressão dos alagoanos no fim do jogo, para nosso desespero porque o empate eliminava o Santa. Ainda havia, na cola do Santa, o Londrina e o ABC, com mesmos 27 pontos antes da última rodada.
Contexto atualizado, vamos ao mais difícil, o jogo em si. Meu pai tinha certeza que o Santa não ia se classificar. Aliás, todos os 21.842 tricolores que foram, numa segunda, ao jogo contra o S. Caetano, provavelmente teriam a mesma opinião. Até Porque nem tinha dado tempo de alimentar tanta esperança, afinal o Santa havia escapado do rebaixamento no meio de semana e no sábado poderia se classificar!?!? Mas, não que eu acreditasse, mas no alge dos meus 12 anos (sem dúvida a melhor época quando se gosta de futebol), de alguma forma sentia que o Santa ia se classificar. Dia do jogo, sábado à tarde. Meu pai nem acompanha o jogo, vai resolver alguma coisa na rua. Eu fico, deitado na cama, com a tv ligada (passava Paraná e São Paulo, mas não me pergunte que eu não lembro absolutamente nada) e o rádio no ouvido. No aquecimento, se não me falhe a memória, o Santa é recebido com pedras! A rádio jornal toca "segura na mão de Deus e vai...", minutos antes de começar a peleja. O 1° tempo foi 0x0 e eu continuava no mesmo lugar, do mesmo jeito. Veio o 2° tempo e lá pras tantas Márcio Allan faz 1x0: eu saio correndo pela casa, que só tinha minha irmã estudando na sala e parecia não entender, eu pensei em dar-lhe uma abraço, mas decide por continuar correndo. Mudo para a Rádio Clube pra saber o que eles estão falando sobre o gol do Santa, quando eu escuto o "Tá Lá" de Bartolomeu Fernandes, seria o segundo gol? Fiquei na dúvida a princípio, mas quando escutei o nome de Batata, do corredor partí para mais uma meia-maratona pela casa. A partir dali, comecei a me preocupar mais com o CRB, que a Jornal dava as notícias, um gol desclassificaria o Santa. Mas, o Sampaio desconta. Pressão!!! Nos dois jogos! Se eu fosse mais velho morreria do coração. Termina em Maceió e depois em S. Luiz. No último minuto, Nilson faz uma defesa antológia, numa cabeçada. Já devo ter visto essa defesa, mas não me lembro dela na tv. No rádio, no entanto, meu amigo, nunca vou esquecer como essa defesa foi espetacular, foi de parar o coração quando o Haroldo Costa narrou a cabeçada do jogador maranhense e logo depois o nome Niiiilllson! Foram muitos Ave Maria e Pai Nosso durante a pressão do fim do jogo e também após ao jogo. Quando o meu pai chegou em casa, parecia que ele não acreditava, ele já sabia do resultado, mas parecia que queria ver os gols, acredito, pra que realmente a ficha pudesse cair.

O Santa jogou com: Nilson, Arley, Eliomar, Tinho e Marquinhos (Wellington); Marcílio, Renato Carioca, Batata e Mário Allan; Valdomiro (Toninho) e Marcelo Fumaça (Baiano). Téc.: Nereu Pinheiro.

Encontrei algumas notícias da época. A primeira é sobre o jogo contra o Sampaio e a segunda contra o S. Caetano (essa comtém alguns erros sobre os ressultados que o Santa precisava).

http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/7811/segunda/___not_jconline.htm#Vitória%20e%20classificação%20do%20Santa%20Cruz

http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/7811/segunda/___not_diariodepernambuco.htm#Santa%20empata%20e%20escapa%20do%20rebaixamento


O site: http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/7811/segunda/_primeira_fase.htm

 
At 3:59 AM, Anonymous Anônimo said...

esqueci de dizer...
o Santa terminou o campeonato com a pior defesa (38 gols sofridos). hehehe

Olha, esse campeonato, não só esse jogo, merecia um filme.

 
At 10:46 PM, Anonymous Anônimo said...

Gostaria de ter o audio da final entre Santa Cruz vs Sport em 1990, no Arruda, onde nos sagramos campeões pernambucano!

 
At 1:09 PM, Anonymous Anônimo said...

quem lembra dos 3x0 no sport em 1993? acho que foi a ultima goleada no sport, o santa já era campeao do turno e era jogo p comprir tabela mas ainda sinto aquele gostinho.

 
At 8:29 PM, Anonymous Anônimo said...

'Pobre Santa Cruz!....tem que viver,exclusivamente,de alguns feitos do passado.KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

 
At 2:57 PM, Anonymous Anônimo said...

Foi a primeira vez que fui a um estádio. Eu tinha 12 anos de idade. Meu pai (torcedor do Sport) levou eu e meu irmão mais velho para assistirmos o jogo no Arruda na tentativa de nos fazer virar a casaca a favor da 'coisa'. Ele estava certo de que o Santa levaria uma "enfiada" e foi exatamente o contrário. Nós saímos do estádio mais tricolores do que nunca. O chato foi que não assisti os dois últimos gols, pois meu pai resolveu sair do estádio quando já estava 3x0.

Sérgio Caetano

 
At 4:21 PM, Anonymous Josias Lacour said...

Olá, me chamo Josias Lacour. Sou dono da Goal One Idiomas, em Curitiba. Também sou jornalista e escritor. Estou escrevendo neste ano de 2024 a biografia de Carlos Alberto rodrigues, que jogou no Santa de 1974 a 1977. Gostaria de receber comentários e depoimentos de quem viu este volante atuar. Ele formou dupla com Givanildo. Meu whats é 41 996031453. Abraços a grandiosa torcida Cobra Coral.

 

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